quinta-feira, 26 de junho de 2014

Passeio de trem pela Serra do Mar - Dica

Dica especial para os turistas que estão neste final de semana em Curitiba, que procuram uma interação maior com a natureza próxima a Curitiba, é o viagem de trem pela Serra do Mar.

O passeio é espetacular. São mais de 100Km por dentro de uma das áreas de Mata Atlântica mais preservadas do país. Descer a Serra do Mar por ele é passar por inúmeros túneis cavados nas rochas pelo homem, ver rios que serpenteiam pelos vales e encontram a ferrovia, passar por represas e usinas com visual intrigante, paredões de pedras intocados além de pontes de ferro com arquitetura antiga erguidas sob precipícios que gelam a espinha de olhar pra baixo. Flores, muitas flores brindam os olhos da janela do trem: bromélias, hortências, manacás da serra entre diversas orquídeas que são encontradas em seu habita natural.
Outra curiosidade também são as construções abandonadas ao longo da rodovia. Algumas foram erguidas durante a construção da mesma, e eram abrigo para os operários e equipamentos. Outra muito curiosa, é a Casa Ipiranga, uma das casas de verão do Dom Pedro II. Ver a casa de um rei em ruínas pode ser impactante para alguns. Nesta parte do caminho a trilha colonial do Caminho do Itupava é pode ser sentida da janela do trem. 






A viagem dura, em média, três horas. A dica é ir com roupas leves. Pois, a medida que o trem desce a Serra do Mar, em direção ao litoral, o clima vai esquentando. 
Um pouco da História da Ferrovia


A construção da ferrovia começou oficialmente em fevereiro de 1880. Considerada impraticável por inúmeros engenheiros europeus à época, a obra teve início em três frentes simultâneas: entre Paranaguá e Morretes (42 km), entre Morretes e Roça Nova (38 km) e entre Roça Nova e Curitiba (30 km).

O objetivo era estreitar a relação entre as cidades do litoral paranaense e a capital do estado, com vistas ao desenvolvimento social do litoral. Além disso, era imprescindível ligar o Porto de Paranaguá aos estados do Sul do Brasil, para que se desse vazão à produção de grãos dos estados e, dessa forma, garantir apoio ao desenvolvimento econômico da região.

Para a obra, foram recrutados mais de 9.000 homens, que ganhavam entre dois e três mil réis por jornada. A maioria deles vivia em Curitiba ou no litoral, e era composta de imigrantes que trabalhavam na lavoura. Mais da metade desses homens faleceu durante a construção da ferrovia, frente às condições precárias de segurança.

O esforço e ousadia de trabalhadores braçais, engenheiros e outros profissionais resultou numa das mais ousadas obras da engenharia mundial. Depois de cinco anos, a ferrovia foi inaugurada em 02 de fevereiro de 1885. Participaram da primeira viagem engenheiros, autoridades federais e locais, jornalistas e outros convidados. A viagem entre Paranaguá e Curitiba durou nove horas: ao chegar à Capital, mais de 5.000 pessoas aguardavam o trem.

Em seus cento e dez quilômetros de extensão, a ferrovia guarda centenas de obras de arte da engenharia: são 14 túneis, 30 pontes e inúmeros viadutos de grande vão. Destacam-se a Ponte São João, com 55 metros de altura, e o Viaduto Carvalho, ligado ao Túnel do Rochedo, assentado sobre cinco pilares de alvenaria na encosta da rocha - a passagem por esse trecho provoca a sensação de uma viagem pelo ar, como se o trem estivesse flutuando. Foi a primeira obra com essas características a ser construída no mundo. 

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